terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dividendos: Ganhando participação nos lucros das empresas

Vou falar um pouco sobre a remuneração que recebemos quando somos acionistas de empresas.
Bom, primeiro que "ser acionista" parece um nome pomposo, digno de protagonista de novela das 8, mas significa simplesmente que você possui ações da empresa, não importa quanto. O mais interessante é saber que os dividendos aparecem na sua conta sem que você faça absolutamente nada. Saiba como!

Como falamos nos posts anteriores, a remuneração das ações se da pela valorização dos papéis no mercado, uma vez que o valor da ação sempre oscila. Além disso, como fonte de renda do investidor, existem os dividendos e os juros sobre capital proprio, que são os 2 tipos mais famosos de pagamentos que as empresas fazem aos acionistas. O valor do lucro distribuído aos acionistas pelas empresas no Brasil é de pelo menos 25%, exigido por lei.O pagamento dos dividendos pode ser mensal, trimestral, semestral ou anual, dependendo do que a assembleia da empresa decidiu. A distribuição desse rendimento se dá por meio do crédito diretamente na conta do cliente, ou incluindo o pagamento no valor das cotas dos fundos de investimentos.

Imagine que o Banco do Brasil (BBAS3) teve o melhor mês da sua existência e por isso decidiu pagar 50 centavos de dividendos aos seus investidores.
Ou seja, se você possui 10 ações do banco, receberá 5 reais no total. Se possuir 100 mil ações, receberá 50 mil reais de ações em forma de dividendos.
Como acionista da empresa, você tem o direito de receber esses dividendos, afinal, uma ação não deixa de ser um pedaço de uma empresa. Se você possuir um pedaço dela, você se torna o “dono” daquele pedaço e por isso, sempre que a empresa pagar dividendos, você receberá a sua parte.
Nada mais justo. O que é mais interessante no investimento em ações, é que a rentabilidade é igual para todo mundo. O que muda é a quantidade de ações que você tem. Obviamente, se tem poucas ações, recebe pouco, e se tem muitas, recebe mais. Porém, o mesmo percentual.

Os juros sobre capital proprio são os juros pagos pelas empresas ao investidor pelo capital retido que não foi pago como dividendos.
Enquanto os dividendos representam os lucros da empresa, eles precisam pagar impostos sobre esses lucros, por isso que os dividendos são isentos do imposto de renda.
Mas os juros sobre o capital próprio podem entrar nas declarações da empresa como despesa. Pense, o seu dinheiro está com a empresa então ela deve te pagar os juros. Mas esses juros não são lucros e é por isso que eles são classificados como despesa.
 A vantagem é que a empresa pode pagar menos impostos, deduzindo tudo. A parte ruim é que como a empresa pode jogar os juros como capital próprio como despesa, eles não pagam impostos sobre eles. Afinal, ninguém paga impostos sobre "perdas". Mas como quem ganha nessa história é o investidor, o lucro é do investidor e o pagador é a empresa. Por isso quem precisa pagar o imposto é o próprio investidor.

Basicamente, a incidencia de impostos é a grande diferença entre dividendos e juros sobre capital proprio. É claro, que se a companhia registrar prejuízo, você não vai precisar pagar nada. Pelo menos não efetivamente, mas você já teve prejuízo pessoal porque as suas ações devem ter diminuído de valor.

Muitas pessoas montam carteiras de longo prazo que valorizam papéis que pagam bons dividendos. Essa pode ser uma boa estratégia se você quer garantir um lucro sem muito risco, basta procurar companhias com crescimento constante e com bom histórico de dividendos.

Como para receber os dividendos você não precisa fazer absolutamente nada além de ter comprado os papéis da empresa, é sempre bom receber os dividendos magicamente na sua conta, sem que você estivesse esperando. Mas temos que ter em mente que os objetivos dos investimentos em ações são a longo prazo. Portanto a melhor estratégia é utilizar os dividendos para comprar mais ações da empresa (ou de outras boas pagadoras de dividendos)