quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Como investir, segundo o maior investidor pessoa fisica do Brasil?

Os dez mandamentos do investidor, na visão de Lírio Parisotto


São conhecidos os mandamentos e conselhos do investidor americano Warren Buffet, mas nesse post gostaria de publicar uma seleção de conselhos do maior investidor pessoa física do Brasil. 
Quando postei sobre como ver as ações que compõem um fundo ou um clube de investimentos, fiz pensando no fundo de ações que este investidor tem na Geração Futuro, o LPAR, que tem uma rentabilidade invejavel. Desde que seu fundo se iniciou, em 1998, acumula um ganho de 6472,7%, contra 930% do Ibovespa e 183,2% da poupança.

Com quase 40 anos de atuação na Bolsa, empresário tem patrimônio em ações superior a R$ 2 bilhões.
Lirio Albino Parisotto, empresário nascido em Nova Bassano, interior do Rio Grande do Sul, já foi agricultor, seminarista, bancário, médico, comerciante. O hoje proprietário da Videolar, empresa líder no mercado brasileiro em DVDs e Blu-ray, é um dos maiores investidores pessoa física da Bovespa.
O início de Parisotto no mercado de ações ocorreu em 1971, quando ele venceu um concurso de monografias organizado pelo Ministério do Exército. O prêmio, uma quantia em dinheiro equivalente ao valor de um Fusca, foi todo aplicado na Bolsa - e, em pouco tempo, o investimento foi todo perdido.
Sem formação em economia ou no mercado acionário, o empreendedor leu muito sobre como investir e, apesar do primeiro fracasso, não desistiu. Quinze anos depois entrou novamente no pico do mercado, investiu US$ 500 mil na bolsa – parte do capital da Videolar, empresa ainda em seu início – e perdeu 40% da aplicação. Mas não desanimou. No início dos anos 1990, com um investimento de US$ 2 milhões (em valores da época) e uma meta fixa para sair do mercado assim que o valor dobrasse, aplicou novamente em ações. Após um ano, conseguiu US$ 8 milhões de retorno.
Com o investimento bem sucedido, o empresário recuperou os prejuízos anteriores e comprou a participação de seu sócio na Videolar. Depois de um período sem investir, Parisotto aplicou, em 1998, US$ 6 milhões e formou sua carteira de 11 empresas, sempre reinvestindo os dividendos e aplicando mais dinheiro para aumentar o portfólio acionário.
Esse longo histórico de sucessos, mas também de fracassos, fez Parisotto elaborar seus dez mandamentos para quem investe em ações. E é um decálogo de respeito: o empresário é dono de um patrimônio superior a R$ 2 bilhões na Bolsa.Na crise financeira de 2008, o investidor – que perdeu R$ 1 bilhão em cinco meses – conseguiu se recuperar rapidamente. Não vendeu suas ações e aproveitou o momento para comprar, aplicando R$ 300 milhões. Seu patrimônio cresceu com a retomada da economia. Em sua carteira estão empresas dos setores de siderurgia, mineração, energia e bancário.
Dez mandamentos para o investidor 
1. Não perca tempo com a Oferta Pública de Ações (IPOs, na sigla em inglês)
“As empresas que abrem seu capital representam uma aventura para o investidor. Muito se gasta na contratação de bancos, impressão de materiais para a divulgação e anúncios em jornais, mas o lucro posterior nem sempre será representativo", diz Parisotto sobre os IPOs, sigla em inglês para oferta pública inicial de ações. "Não vou dizer que todos são negócios ruins. Há exceções, mas são poucas”.
2. Não diversifique sua carteira de ações
Segundo Parisotto, há pouca diferença de rentabilidade entre as empresas. "Somente duas ou três são expressivas", afirma. Para escolher os melhores empreendimentos é importante analisar os balanços, a evolução dos produtos no mercado e conferir a atitude dos executivos. "Tenho 12 ações porque não tenho personalidade para ter duas. Quanto mais diversificada for sua carteira, maior será a prova de que não acredita naquilo que está comprando", afirma. "Além disso, investir de modo mais direcionado permite que você acompanhe melhor cada uma". (Na carteira da Geração Futuro, que administra os investimentos de Parisotto, estão presentes 14 papéis: Bicbanco, Bradespar, Banco do Brasil, Celesc, Cielo, Eletropaulo, Eternit, Grendene, Randon, Redecard, CSN, Tecnisa, Transmissão Paulista e Usiminas).
3. Fuja de ações dos setores aéreo e varejista
"A maioria das empresas do setor aéreo – tanto no Brasil como exterior - não teve um bom desempenho e precisou de ajuda do governo. Outras faliram. E o comércio varejista não tem proteção, sofre muitas oscilações", afirma o empresário. Já entre siderúrgicas e companhias elétricas, diz ele, é muito difícil encontrar alguma que quebrou.
4. Fique longe de empresas que tenham sede em países exóticos
“É um absurdo que empreendimentos no Brasil tenham sede nas Bahamas, por exemplo", afirma. "Imagine a dificuldade para analisar essa empresa criada em outro país, ou mesmo de uma que se transfira para o exterior para depois abrir capital aqui. É perigoso”.
5. Não compre ações de empresas que deem prejuízo
Esse mandamento pode parecer óbvio, mas não é, segundo o megainvestidor. "Muitas pessoas investem nelas porque suas ações estão mais baratas, mas isso não é interessante. Empresa que dá lucro não quebra e não fica se explicando aos investidores pelo prejuízo dado”.
6. Ter liquidez é fundamental
Quando você faz seus investimentos em empresas que ficam dias sem negociar, terá problemas, acredita ele. Mesmo quando quiser gastar não conseguirá comprar as ações. Imagine, então, a dificuldade na hora de vender os papéis, sugere.
7. Procure ações boas e baratas
Ações com preço baixo são facilmente encontradas, mas qualidade é outro caso. Não adianta dizer que a empresa é boa se é preciso esperar 50 anos de lucro para chegar ao preço dela no mercado. "Fuja dessas”, recomenda.
8. Faça as próprias avaliações
“Seguir loucamente boatos sobre o mercado é muito arriscado. No movimento de queda da bolsa, às vezes não há motivo para vender as ações, desde que sejam feitas análises e avaliações corretas dos números da companhia em longo prazo", afirma ele. Se não quiser avaliar, contrate alguém que faça isso por você.
9. Tenha coragem na baixa do mercado e controle a ganância na alta
Quando o mercado cair e os preços das ações ficarem reduzidos, não venda suas aplicações desesperadamente, recomenda o veterano investidor. Controle o medo e coloque mais dinheiro, esse é o momento de investir.
10. Aposte num azarão
"Fazer investimentos também pode ser uma fonte de diversão", diz. "Apostas diferentes do convencional proporcionam novos desafios e possibilidades".


Bom, uma lição importante que não estão nos 10 mandamentos, mas que é carcteristica dos investimentos de Parisotto, é focar no lucro, e não na cotação. Essa é a regra contrária do especulador, que tem foco na baixa. Para investir a longo prazo, buscando os dividendos e a valorização dos papeis, Parisotto ensina a olhar para a relação preço/lucro, o dividend yeld, valor de mercado e a liquidez corrente.


Ele diz que aprendeu a investir analisando fundamentalmente uma empresa ao ler o livro do investidor fundamentalista e jornalista Décio Bazin, Invista em ações antes que seja tarde. Li esse livro e mudou minha visão de investimentos, me fazendo interessar por analise fundamentalista, investindo a longo prazo. Vale a pena.


Para analisar de forma pratica e objetiva o PL de uma ação (relação preço/lucro) e o Dividend Yeld, acesse o site fundamentus.com.br e veja as informações fundamentalistas de cada ação.


Separei 2 videos muito bons sobre o Lirio Parisotto, em palestras na Expomoney, evento da Geração Futuro:


Vídeo de 2009: https://www.gerafuturo.com.br/content/videos
Vídeo de 2011: http://vimeo.com/30865517 (esse video começa mostrando a feira, mas logo depois inicia a palestra)